24 junho, 2010

AUTO RETRATO 
"Que personagem representamos"

Na imagem do reflexo do espelho, vejo um rosto turvo, um olhar pálido e sem vida, meneio a cabeça em sinal de negatividade, respiro bem fundo, vejo o meu rosto deformado, o que está de errado hoje. Procuramos respostas, não completas, mais meramente vagas e que caibam exatamente na amplitude de nossa inquietação, da nossa racionalidade irracional de não nos mostrarmos fracos aos outros.

No rabisco do álbum de lembranças eternas, busco o rosto dela, os momentos em que passamos juntos, momentos prazerosos que preenchera horas de nossa existência, mas que nesse exato instante são apenas retratos mofados e deformados pelo tempo .

Nossa fisionomia, diz muito pouco do que realmente somos, somos seres capazes de mesmo na dor abismal de nossa alma mortal, representarmos muito bem um papel, uma caricatura, um personagem real, e tão verdadeiro que até nós mesmos nos confundimos se ele é apenas uma criação de nossa cabeça ou seria o verdadeiro Eu.

Nas marcas do tempo, poucas coisas resta-nos, e em geral os momentos que deveriam ter sido esquecidos, ou não tão presentes assim, tomam conta de nossa mente e de nosso corpo. Quem nunca se viu parado em frente ao espelho, imaginando como será seu rosto daqui a uns anos, ou invariavelmente, tentando-se lembrar da pessoa boa e honesta que ficara esquecida no passado.

Ficamos parados, estatizados ...Quando alguém nos pergunta: Quem é você? Ou quando essa pergunta vem do próprio interior: Quem sou Eu, no final das contas? Na realidade sabemos tão pouco de nós mesmos, ao meditar no filme “ O Homem da Mascara de Ferro”, fiquei me perguntando, se fosse Eu que estivera com a mascara em minha face? Se fosse você caro amigo? Como reagiríamos ao vê nu o nosso rosto pelo reflexo do espelho pela primeira vez? Quais seriam as reações? Nos identificaríamos com aquele rosto? Repudiaríamos a nossa própria imagem? Meu caráter “condiziria” com a imagem refletida?

Quantas vezes, não representamos algo em nossas vidas, quantas vezes não nos revestimos de uma capa, de uma imagem, de um personagem. Quantas vezes, não deixamos o nosso verdadeiro Eu, trancado no armário enquanto que deixamos transitar livremente pelas ruas, um rabisco mau feito de nós mesmos.

Pense nisto “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. I Co 13.9-12.

Shalom In Yeshua Há Maschiach!!!

Por: Fernando Saraiva

2 comentários:

  1. É complicado viver sem máscaras,afinal,diversas vezes elas nos "beneficiam" de várias formas,entretanto,há um preço muito alto por usá-las,e não compensa.

    É complicado,mas não impossível.As máscaras nos escravizam, a verdade de quem somos e a quem pertencemos nos liberta para vivermos uma vida eficaz e abundante.

    Excelentes palavras Fernando. Deus continue multiplicando sobre ti sabedoria e graça. Paz!

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  2. Graça e Paz Gerlane,

    Agradeço por mais comentario marcante, as mascaras, as capas, a maquiagem, que carregamos...Muitas vezes nos levam há uma vida sem graça e vazia. Este texto foi inspirado no processo de conversão de Saulo de Tarso. E lindo o que a biblia nos relata neste acontecimento de sua vida. A velha vida caiu por terra, assim como aquelas escamas, o novo mundo (Com Cristo, Em Cristo e Por Cristo) estava revelado aos seus olhos. Tuas palavras são um oxigenio para a minha alma, continue sempre assim, essa pessoa que cativa as demais com os seus textos.

    Shalom In Yeshua Há Maschiach!!!

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