22 setembro, 2015

Canção da Dor


Escrita em, São Luís, 25  de novembro de 2013




Canto a dor nesse momento. Passado, Futuro e Presente!
Canto a dor do tempo, do riso, das cantigas que já não existem.
Canto o instante sublime, das lágrimas ocultas por mim enxugadas.
Canto novamente a dor, pois o tempo ainda não se esgotou.

Canto a felicidade triste, pois amanhã...
Ainda por cá tristemente existirá.

Canto a felicidade perdida, pois o medo tornou-se meu amigo.
Canto o mais preciso sentimento, a dor!
Canto, o canto mais belo, que faz a face ganhar outra cor.

Canto a expressão do momento, do antes, do agora e do sempre.
Canto, o canto do amor. Das juras perdidas ao vento.
Canto a beleza das flores, que são desprezadas quando começam a murchar.

Canto o silêncio do mar. Aquilo que os ouvidos não conseguem captar.
Canto, o canto dos tristes, que se enganam em cada sorriso.
Canto, a dor! Pois derramar lágrimas parece ser o meu triste destino!

Fernando Saraiva

21 setembro, 2015

Meus heróis não estão quadrinhos

Escrita em, São Luís, 20  de março de 2013


Os heróis, ao contrario do que dizem por ai, eles não possuem super poderes, não foram enviados em uma nave espacial para terra, não foram picados por aranhas radioativas, não são figurões que brincam de fazer justiça, não moram em outra dimensão e nem se transformam em feras verdes, eles são, são tão fracos, imperfeitos e limitados como nós, aliás, somos o reflexo deles, ou pelo menos algo próximo disso.
Os heróis, eles ficam conosco certo tempo, e depois vão embora, eles morrem, mas antes de tudo, deixa-nos uma mensagem, um sentimento recíproco, uma lição de vida!

Nossos heróis não se resumem há uma carga genética e a tradições, há aqueles que a vida nos apresenta, em lares diversificados, falam alguns que é por consideração, não, definitivamente não! O amor nunca foi meramente uma consideração, uma camaradagem qualquer, ele simplesmente é!

Nossos heróis possuem defeitos, defeitos que reprovamos, mas que, invariavelmente possuímos também, engraçado né! Perfeito nem um deles são, e nem nós mesmos somos! Qual é! Meus heróis são humanos e tem lá seus dias de “vilanice” pelo menos na minha visão!

Meus heróis estão e ainda bem que estão! Meus heróis moram comigo, ou melhor, eu tenho o prazer de morar com eles.

Meus heróis são...eu ainda preciso dizer quem são?

Fernando Saraiva

27 agosto, 2015

O segundo maior mandamento


Eu sempre fui muito de pensar antes de agir, ainda tenho essa característica em mim. Talvez se eu pensasse menos...

Busco nos arquivos da memória, e encontro à data de 17 de abril de 2011... Já se vão quatro anos e alguns meses... Mas, antes dessa data, antes mesmo, quando resolvi sair da igreja na qual tive a minha primeira experiência com Deus, um pouco mais no passado, um ano e meio talvez, as minhas inquietudes e meus questionamentos já haviam encontrado terra fértil para germinar, o Fernando que hoje existe.

Confesso que não foi fácil, menos de dez metros e estava na porta da igreja... Nunca pensava que quando naquele dia, naquela tarde de culto, quando meus braços ergui, um dia desses inesquecíveis guardados na memória, eu estaria tomando o caminho de volta, nunca pensei que estaria buscando outros mares, ou que estaria entrando em outro barco, nunca esperava que...

Fui o primeiro de muitos, e sem motivo aparente em um domingo qualquer, pensando que deixaria alguns amigos, encontrei a frieza da religiosidade... Quando abri meu coração, sem cerimônias fui convidado a andar pelo vale do abandono, eu podia ter certeza que naquele e momento, nenhum dos meus companheiros oraria por mim, assim disse aquele a quem por mais que não concordasse com algumas de suas atitudes, ainda tinha em um bom coração.

O primeiro momento, posso caracterizar como o momento da confusão, queria a todo custo eliminar todo o resquício dessa espiritualidade... Busquei na “Graça” encontrar a graça, mas, meu coração estava transformado, queria provar para aquele, aqueles, para mim, que podia sim vencer e conquistar o reconhecimento que me faltou um pouco lá... Já sabem, quando seguimos o nosso coração a tendência é da em “merda”... E deu...

Após alguns anos me frustrei com a “Graça”, talvez por já saber que ali, não era o meu lugar, e nem o lugar de muitos que me acompanhavam... E como um culpado que tenta encontrar justificativas, busquei as minhas e me lancei na confusão de ideias e ceticismo que pareciam mais atraentes para mim, e nesse momento, tudo que era sólido se derreteu...

Os anos vão passando... E infelizmente algumas marcas e feridas vamos acumulando. Como disse no inicio sempre fui muito de pensar antes de agir, ainda tenho essa característica em mim, mas, antigos erros volto a cometer, talvez por ingenuidade ou talvez por descuido, ou ainda anseio em acertar...

Hoje compreendo que realmente aqueles que falaram a Jesus que seu discurso era muito duro, eles estavam certos... Pois amar aqueles que nos magoaram, nunca é fácil, porem é certo.  E eu ainda venho sendo reprovado nesse mandamento.

Que Deus me ajude e transforme meu coração...



Fernando Saraiva

29 julho, 2015

“Idiolatria”


Ao longo das páginas do Antigo Testamento um dos pecados mais terríveis cometidos contra Deus era, e continua a ser, a idolatria, que basicamente refere-se a prática de cultuar ídolos, imagens esculpidas em pedra, madeira ou qualquer outro material, cuja a finalidade  é  representar uma divindade em um dado culto, mas, também, faz referência a tudo aquilo que rouba o lugar do Deus invisível em nossas vida.

No Israel antigo, durante a ocupação da terra prometida por Deus a Abraão, por diversas vezes a nação hebreia se prostituiu perante os deuses dos povos vizinhos. O próprio criador, por inúmeras ocasiões lançou maldições a quem se prostrasse ou confeccionasse representações celestiais e objetos usados em cultos idolátricos.

Do Israel antigo aos dias de hoje, pouca coisa mudou, se por um lado existe a veneração, palavra atenuante que alguns usam para mascarar o termo idolatria do seu dia a dia religioso, nós protestantes/evangélicos, não ficamos atrás, com a proliferação de  fãs clubes gospel, camuflados de admiradores do ministério de A ou B, que por vez, (in)conscientemente erguidos sobre um altar de adoração de homens e mulheres igualmente falhos como nós, tendo como resultados divisões e intrigas.  

Por mais que a palavra que dar título ao referido texto, signifique a adoração de si mesmo, aproprio-me dela para falar da adoração do homem pelo homem, que dentro do meio religioso ocorre fantasiado na tênue camada da admiração ministerial, mas que torna-se visível nas defesas selvagens ocorridas logo após uma critica a estes por menor que seja, aja muita paciência com os fãs!

A idolatria de hoje é pior e mais devastadora do que a do antigo Israel, se por um lado o ídolo rachava com uma simples queda, ou podiam ser destruídos passivamente perante povos conquistadores e logo esquecidos, os ídolos modernos, seduzem com uma imagem lapidada na mídia, em milagres forjados, em números de conversões que não duram uma semana, ou por levantar uma bandeira cristã válida, mas que na verdade é usada para atender seus próprios interesses e não os do reino!

Bons exemplos de piedade, perseverança e humildade devem ser levados em consideração em nossa caminhada, mas não obstante devem ultrapassar a fina linha entre admiração e a idolatria. Não esqueçamos, Paulo foi grande, Pedro também, mais sem dúvidas quem morreu na cruz pela remissão dos nossos pecados, foi Cristo!

Que o amor de Deus na pessoa de Jesus nos ilumine para o conhecimento da verdade, hoje e sempre, amém!


Fernando Saraiva

22 fevereiro, 2015

“Tudo aquilo que nos tornamos”

“Onde você ainda se reconhece; Na foto passada ou no espelho de agora; Hoje é do jeito que achou que seria?” A Lista – Oswaldo Montenegro.

O engraçado dessa vida são as voltas que ela dar. Ora estamos inclinados a viver loucamente ora o que mais desejamos é um pouco de paz e tranquilidade, ora você se encontra banhado em lágrimas, ora contagiado pela alegria desmedida, o que poucos conseguem perceber é que cada um desses pequenos momentos, nos fazem diferentes no final do dia, nascemos e morremos a cada pôr do sol. 

Com o tempo o que parecia exagero ou fora do nosso alcance e de nosso proceder, torna-se um conosco, torna-se uma parte de nós, e em alguns casos uma parte consideravelmente grande e poderosa. 

A cada dia venho percebendo a minha culpa, as minhas escolhas erradas, minhas contradições, venho ano após anos juntando joio em meu celeiro, vi a luz e coloquei uma venda, lancei sobre mim um véu que me cegou por vontade própria, tropecei na verdade e prossegui!

Vim perceber que o pecado não afasta Deus das pessoas, as pessoas se afastam de Deus pelo pecado (Isaías 59)! Somos miseráveis, cegos e nus diante de Deus, nossa justiça é como um trapo sujo e quem muito fala, muito esconde! E venho me escondendo por muitos anos!

Às vezes somos dominados por uma revolta e fazemos coisas erradas, coisas que ofuscam a santidade de Deus em nossas vidas e magoa-nos diante a culpa de nossos atos. Por muito tempo neguei a existência do pecado, sem saber, ou melhor, sabendo, que ele jamais se esqueceu de mim, e dos votos que fiz no dia que Cristo se apossou de minha vida naquela tarde em uma pequena igrejinha de alvenaria. 

De lá para cá, muitas coisas mudaram, me inflamei  e me orgulhei em minha própria glória, tentei lançar nos outros os meus enganos como forma de fugir da régua fina da tábua da hipocrisia. De lá para cá, muitas coisas mudaram, só o que não mudou foram os machucados nos joelhos, que antes eram devido às orações sacrificantes que me expunha, hoje são sucessivamente causadas pelas quedas e angustia que dominaram o meu coração. 

Minhas madrugadas já não são mais iguais, eu já não sou mais o mesmo, pensei que me afastando e bebendo de outras fontes, poderia fugir de meus pecados, mas és que estão na porta e batem, e por mais que queira fugir não posso, pois a porta está cravada na consciência de minha existência. 

Tenho sido por muitos anos como aquele servo inútil que escondeu o seu talento na terra por medo de seu Senhor, ou como Adão que diante do seu erro se escondeu de Deus ao ouvi-lo pronunciar seu nome no jardim. 

Definitivamente não quero mais, exijo de mim mesmo a honestidade e virtudes que me tornem não aquilo que eu desejo ser, mas aquilo que Deus já preparou que eu seja!

Que Deus em Cristo me fortaleça hoje e sempre, Amém!

Fernando Saraiva

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