22 fevereiro, 2015

“Tudo aquilo que nos tornamos”

“Onde você ainda se reconhece; Na foto passada ou no espelho de agora; Hoje é do jeito que achou que seria?” A Lista – Oswaldo Montenegro.

O engraçado dessa vida são as voltas que ela dar. Ora estamos inclinados a viver loucamente ora o que mais desejamos é um pouco de paz e tranquilidade, ora você se encontra banhado em lágrimas, ora contagiado pela alegria desmedida, o que poucos conseguem perceber é que cada um desses pequenos momentos, nos fazem diferentes no final do dia, nascemos e morremos a cada pôr do sol. 

Com o tempo o que parecia exagero ou fora do nosso alcance e de nosso proceder, torna-se um conosco, torna-se uma parte de nós, e em alguns casos uma parte consideravelmente grande e poderosa. 

A cada dia venho percebendo a minha culpa, as minhas escolhas erradas, minhas contradições, venho ano após anos juntando joio em meu celeiro, vi a luz e coloquei uma venda, lancei sobre mim um véu que me cegou por vontade própria, tropecei na verdade e prossegui!

Vim perceber que o pecado não afasta Deus das pessoas, as pessoas se afastam de Deus pelo pecado (Isaías 59)! Somos miseráveis, cegos e nus diante de Deus, nossa justiça é como um trapo sujo e quem muito fala, muito esconde! E venho me escondendo por muitos anos!

Às vezes somos dominados por uma revolta e fazemos coisas erradas, coisas que ofuscam a santidade de Deus em nossas vidas e magoa-nos diante a culpa de nossos atos. Por muito tempo neguei a existência do pecado, sem saber, ou melhor, sabendo, que ele jamais se esqueceu de mim, e dos votos que fiz no dia que Cristo se apossou de minha vida naquela tarde em uma pequena igrejinha de alvenaria. 

De lá para cá, muitas coisas mudaram, me inflamei  e me orgulhei em minha própria glória, tentei lançar nos outros os meus enganos como forma de fugir da régua fina da tábua da hipocrisia. De lá para cá, muitas coisas mudaram, só o que não mudou foram os machucados nos joelhos, que antes eram devido às orações sacrificantes que me expunha, hoje são sucessivamente causadas pelas quedas e angustia que dominaram o meu coração. 

Minhas madrugadas já não são mais iguais, eu já não sou mais o mesmo, pensei que me afastando e bebendo de outras fontes, poderia fugir de meus pecados, mas és que estão na porta e batem, e por mais que queira fugir não posso, pois a porta está cravada na consciência de minha existência. 

Tenho sido por muitos anos como aquele servo inútil que escondeu o seu talento na terra por medo de seu Senhor, ou como Adão que diante do seu erro se escondeu de Deus ao ouvi-lo pronunciar seu nome no jardim. 

Definitivamente não quero mais, exijo de mim mesmo a honestidade e virtudes que me tornem não aquilo que eu desejo ser, mas aquilo que Deus já preparou que eu seja!

Que Deus em Cristo me fortaleça hoje e sempre, Amém!

Fernando Saraiva

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