12 fevereiro, 2015

Faces

Publicado originalmente em: 28 de janeiro de 2014.


Dedico-lhe, a aquela que finge não sentir a dor que deveras sente. Que  festeja a ressurreição da carne entorpecida pelo suave veneno que circula freneticamente pelo corpo febril, doente que ainda sonâmbulo pensa em existir.

Alma feminina, perdida no labirinto sinuoso das curvas retas que desafiam a geometria e a vida desregrada de alguns. Das noites boêmias, das danças, das valsas, das farras, das valas, do sexo vulgar. Lusco-fusco prateado, banhada pelo infido brilho da lua dissimulada. Podes tu revelar-me os segredos da dona do corpo nu? Desejado, violentado, a dama do cabaré, cujos amores se finge por um punhado de prata, e que cujas lágrimas sozinhas nem um preço paga!

Noites fugazes, rubores sentidos, vividos dos falsos inocentes, cujo álcool destila  e  aflora os mais sórdidos pensamentos. Pensamentos, atos e praticas insanas  que desafiam o discurso camuflados pela angelical feição diabólica de uma aprendiz de hipócrita.

Como deveras arquitetaste  infame assassina, tu que aprisionas e atormenta as vitimas, a vitima, por um pouco de tempo, na esperança de encontrasse com o alivio, a sonhada  salvação! POBRES criaturas humanas, não as sabem que são elas as culpadas pelos cadeados que as lhe afligem, as flagelam? E que igualmente participante são suas próprias mãos que emanam as chaves que as libertam.

Noites boêmias, das danças, das valsas, das farras, das valas, do sexo vulgar. Das orações, das preces e dos rogos a calar, revela a mim, o verdadeiro rosto que se esconde ao refletir o meu rosto nu no espelho da consciência em crise! Sim, é deste que eu vos falo!!!

Fernando Saraiva

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin -

Related Posts with Thumbnails