11 outubro, 2013

“APÓS ALGUNS ANOS”



Créditos Imagem: Poluição – Por Joanna de Ângela (espírito) e
 psicografado por Divaldo pereira Franco


Após alguns anos... Pude perceber o quanto eu mudei, o quanto minha mente divagara em inquietações, palavra esta usualmente encontrada por entre as densas camadas de minhas texturas escritas.

Em uma pequena mais significativa volta ao passado, por mais breve que seja, traz profundas, insondáveis e preciosas reflexões. Não estou a falar de nenhuma sessão de regressão, mais apenas de um autoexame conceitualmente espiritual, contextual e real da vida que se segue a minha, perguntas como de costume não poderiam faltar! Que convicções tinha, sonhos, medos, segredos, mistérios...? E hoje eles representam algo significativo? Ou tornaram-se sombras de um passado esquecido na reminiscência de minhas visões infantis?

Alguns anos antes... Como eu era? Como me enxergava? O que pensava?... Temo não saber as respostas, ou melhor sei que as não tenho!

Apropriando-me de um quadro televisivo dominical, questiono-me... O que eu vi da vida? O que a vida me apresentará nesses quase vinte e tantos anos de existência? O que eu faço dela? A desperdiço, a aproveito... Ou apenas a vivo? Mas outro conceito me abate... O que é viver? Será que faz algum sentido tudo isso? O que eu sou hoje... reflete o que eu era antes? Ou melhor, o que eu fui? Ou continuo ser... Não sendo exatamente o que fui? Não sei... Às vezes não reconheço a tenaz criança de outrora, mas por vezes vejo-me a preservar os mesmos sonhos de antes, remodelados na turva visão de quem vai se distanciando da criança passada que já não existe mais, mas que teimar a querer regressar e tomar um lugar que já não lhe pertence nessa existência transitória de agora.  

Nessa abstinência de mim mesmo, vou contando os passos sem saber aonde chegar, onde reclinar a cabeça e admoestar a alma.  A vagar pela terra encontra-se nesse momento um ser que cuja existência é um mistério e a vida um amontoado de incontáveis inquietações que se somam e multiplicam-se a “eternificação” metafórica de respostas inalcançáveis e miseravelmente almejadas!  Sim, após alguns anos... Ainda estou eu cá a procura-me por entre as teias que constituem o que sou!

Luz e Vida.

Fernando Saraiva

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