“APÓS ALGUNS ANOS”
Créditos
Imagem: Poluição – Por Joanna de Ângela (espírito) e
psicografado por Divaldo pereira
Franco
Após
alguns anos... Pude perceber o quanto eu mudei, o quanto minha mente divagara
em inquietações, palavra esta usualmente encontrada por entre as densas camadas
de minhas texturas escritas.
Em
uma pequena mais significativa volta ao passado, por mais breve que seja, traz profundas,
insondáveis e preciosas reflexões. Não estou a falar de nenhuma sessão de
regressão, mais apenas de um autoexame conceitualmente espiritual, contextual e real da vida que se segue a minha, perguntas como de costume não poderiam
faltar! Que convicções tinha, sonhos, medos, segredos, mistérios...? E hoje
eles representam algo significativo? Ou tornaram-se sombras de um passado
esquecido na reminiscência de minhas visões infantis?
Alguns
anos antes... Como eu era? Como me enxergava? O que pensava?... Temo não saber
as respostas, ou melhor sei que as não tenho!
Apropriando-me
de um quadro televisivo dominical, questiono-me... O que eu vi da vida? O que a
vida me apresentará nesses quase vinte e tantos anos de existência? O que eu
faço dela? A desperdiço, a aproveito... Ou apenas a vivo? Mas outro conceito me
abate... O que é viver? Será que faz algum sentido tudo isso? O que eu sou
hoje... reflete o que eu era antes? Ou melhor, o que eu fui? Ou continuo ser...
Não sendo exatamente o que fui? Não sei... Às vezes não reconheço a tenaz
criança de outrora, mas por vezes vejo-me a preservar os mesmos sonhos de
antes, remodelados na turva visão de quem vai se distanciando da criança
passada que já não existe mais, mas que teimar a querer regressar e tomar um lugar
que já não lhe pertence nessa existência transitória de agora.
Nessa
abstinência de mim mesmo, vou contando os passos sem saber aonde chegar, onde
reclinar a cabeça e admoestar a alma. A
vagar pela terra encontra-se nesse momento um ser que cuja existência é um mistério
e a vida um amontoado de incontáveis inquietações que se somam e multiplicam-se
a “eternificação” metafórica
de respostas inalcançáveis e miseravelmente almejadas! Sim, após alguns anos... Ainda estou eu cá a procura-me
por entre as teias que constituem o que sou!
Luz e
Vida.
Fernando Saraiva
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