Atualmente vivenciamos um hiato administrativo, todo cidadão comum e mediano, sabe que segurança, saúde e educação são serviços essenciais, todo cidadão comum o sabe, menos as nossas autoridades constituídas! Estes, parecem não entender a gravidade de sua ineficácia e ineficiência, talvez por que entre tantas regalias, são lhes tirados o direito de atendimento no sistema público de saúde, de terem seus filhos matriculados nas redes de ensino público do país, ou serem protegidos pela polícia de nosso Estado.
Em momentos de crise, esta inchada, pesada e preguiçosa estrutura organizacional politica, o Estado, faz o que melhor sabe fazer, transfere a responsabilidade do fracasso na educação ao crescente número de atestado médico que professores, cansados, estressados, doentes pedem, por já não mais aguentar a insalubridade de nossas escolas, os baixos salários, que reflete a necessidade de trabalharem em dois ou três turnos para complementar a renda.
Os médicos trabalham em hospitais precários, em muitos casos, com plantões desumanos, sem todos os equipamentos disponíveis, sem medicamentos e afins, nossos policiais, massacrados na grande imprensa quando alguns de seus membros ignoram todas as observações de boa conduta e empregam atitudes reprováveis, que são maximizadas em detrimento da grande maioria que executa o seu trabalho, arriscando suas vidas, mesmo recebendo um treinamento regular do estado, não tendo o reconhecimento de seu trabalho por parte deste, que não disponibiliza tanto o equipamento necessário a sua autopreservação em combate, como o sustento de sua família!
Segundo a legislação as forças armadas e as auxiliares de segurança, incluindo bombeiros e policiais, não podem exercer o grito legítimo e não abusivo de greve, quando seus direitos são negligenciados por aqueles “representantes do povo”, que massacram o seu próprio povo com apenas uma canetada de um decreto que desviam milhões e agora recentemente bilhões dos cofres públicos, que poderiam serem destinados a melhoria justamente da saúde, educação e segurança!
Mas, conforme falei anteriormente, os políticos, falam que estes serviços são essenciais e não podem parar, só em momentos de crise social é claro, quando a população vai as ruas se auto-destruir, no vácuo de autoridade e de medidas coercitivas do Estado para manter a ordem pública!
Tal discurso inflamado de nossos “representantes” quanto a essencialidade dos serviços, deveria também vim acompanhado de um pedido formal de desculpas, de uma culpa assumida, de uma negligência assinada, na não essencialidade com que tratam de fato seus servidores, da saúde, educação e segurança!
Analiso que o problema da segurança pública no Espírito Santo assim como no Brasil como um todo, antes de qualquer outro aspecto, perpassa pela política de não valorização dos profissionais envolvidos, tanto de forma pecuniária, como de forma técnica, atrelada a treinamentos, equipamentos e entre outros, que possibilitariam uma melhor qualidade de serviço!
Algumas alas sociais brasileiras, romantizam a vida do criminoso, vitimizam os culpados, e penalizam os demais trabalhadores, que foram e vão atrás do seu sustento e de suas famílias! Os saques vistos por muitos evidenciam que a falta de normais, a falta de medidas coercitivas, punitivas e de uma força que mantenha a ordem pública estável, que preserve o direito a propriedade privada, a paz, provoca a anarquia, a selvageria, a desumanização do ser humano, algo que alguns tidos “intelectuais” defendem ferozmente, no entanto, estamos presenciando, estamos vivenciando, a morte apática desse discurso, que na falta de normais até mesmo cidadãos tidos com “bons cidadãos” optam em se tornarem conscientemente criminosos.
Antes de se tratar como irregular ou errado, pensemos no estado de frustração que passaria qualquer profissional, e digo qualquer, que não tivesse as mínimas garantias de segurança, assistência, treinamento, retorno financeiro e para o seu lar, que ainda assim fosse tratado como gado, que só se alimenta de capim e vai para o abatedouro, pois é assim que a polícia brasileira é tratada por muitos.
Não podemos ignorar os gritos de socorro que ecoaram e ecoam nas ruas de Vitória, São Paulo, São Luís, a população pede ajuda e não é vitimizando os bandidos que chegaremos a solução desse problema.
Fernando Saraiva
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