17 agosto, 2012

"A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR..."


Dê a César o que é de César...E dê a Deus o que é de Deus, assim disse Jesus certa vez aos fariseus que procuravam algum motivo para o acusar. Recentemente essa afirmativa tomou contornos dramáticos nas assertivas de minha fé.
Se Deus não é o culpado pelas desgraças e desventuras da humanidade, pela fome, miséria, e holocausto social dos países pobres, como ele pode ser o responsável pela sua mesa farta,   pela cura de uma doença, uma cirurgia bem realizada ou uma vitória no esporte? Ou Deus é responsável por tudo, ou não é responsável por nada.
Creditar a Deus algo de bom que aconteça em nossas simplórias vidas e ao mesmo tempo negar a sua responsabilidade diante de tragédias ou infortúnios pessoais ou coletivos, parece ao meu vê uma grande contradição.
Um simples “foi da vontade de deus”, definitivamente não me satisfaz! Buscar no suposto livre arbítrio dos seres humanos a causa da injustiça e do “pecado” do mundo é o que  as  religiões melhor sabem fazer. Mas, quem foi mesmo que plantou a árvore do bem e do mal no meio do Jardim?
Se Deus não quisesse que o homem caísse, não teria ele impedido?  Se Deus concedeu  o livre arbítrio aos homens, então era da vontade dele que tal ato ocorresse? Se Deus queria que o homem vivesse em uma vida de santidade e harmonia, e se este  sabia que o homem era propenso ao “mal” e a “desobediência”,  então por que  permitiu o livre arbítrio? Se o livre arbítrio realmente existiu, haveria a  possibilidade de duas vontades tão diferentes coabitarem no mesmo ambiente? E qual foi então a que se sobressaiu? O homem caiu por acidente ou propositalmente?
Não tenho respostas para essas perguntas bem como para tantas outras, no entanto a única coisa que sei é que devemos dar a César o que é de César...E a Deus o que é de Deus. E nada mais!
Paz e Vida.
Fernando Saraiva

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