21 maio, 2013


“MAS, SE NÃO TIVER AMOR?”




“Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta FÉ, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, MAS, se não tivesse amor, eu não seria nada.” (I Coríntios 13.2 NTLH)

Pensando bem no significado do amor, o qual tão bem “conhecemos” pelo menos teoricamente, e analisando o amor que muitos propagam utilizando-se  das prerrogativas do evangelho anunciado por  Jesus, pude notar certo distanciamento por parte de alguns em relação a prática deste amor.

O primeiro amor ao qual me refiro é o amor ao mundo, as pessoas do mundo, independente de suas escolhas, de suas opções, de suas imperfeições, de seus erros, de sua cor, etnia ou forma de vê a Deus. O segundo amor se refere a um amor inquisitivo, que não aceita o diferente, o exótico, o “esquisito” um amor que exige, que pune e que quer igualar as pessoas em um único perfil legalista.  Pergunto, qual desse amor a “igreja” mais propaga?

Acho interessante a utilização por alguns de certas mordomias que o evangelho trás para agredir, ofender, diminuir e excluir certas alas da humanidade, usa-se, e usa-se muito da expressão “Deus é amor, mas também é justiça!”. Como se por acaso conhecêssemos tão bem o significado do “amor e da justiça divina”! Que em muitos casos detém a aquilo que entendemos que eles sejam.  

O grande problema das religiões formais, é que estas impregnadas de dogmas, invariavelmente acusam-nos de ter pecado, tiram as nossas “almas”, para depois salvá-las de nós mesmos. Tiram nossa humanidade e preencham de uma fé demasiadamente putrefata de “orgias divinas”, que em nada representam o ser divino, mas sim, o falso moralismo de muitos lideres religiosos que vocacionam para si uma suposta autoridade celestial, mas que volta e meia são pegos em suas mentiras e crimes hediondos cometidos na calada da noite, quando os holofotes se apagam.

Vejo no discurso de muitos, o ódio tomando o lugar do amor, e o amor tomando aspecto de ódio. Conforme alertava Paulo Freire, educador brasileiro, “É preciso diminuir a distÂncia entre o que se diz e o que se faz, até que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Pessoalmente acredito que o amor, a divina expressão, não se faz de palavras, mas sim de atitudes, como posso dizer que amor alguém, se os meus atos dizem o contrário? Que possamos refletir o sentimento religioso que alguns têm, com a sensibilidade de existir do ser humano.

Reflexão e Vida.

Fernando Saraiva 

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