06 julho, 2012

UM MAL NECESSÁRIO?
"Estamos vivendo em uma era bastante estranha. Uma era na qual a religião é vista como um mal social e as preferências sexuais como direito inalienável. O que eu creio deve ficar guardado a sete chaves em um baú escondido embaixo da minha cama. E os desejos sexuais de muitos, não importam quais sejam, devem ser respeitados como sacrossantos, acima de qualquer julgamento. No caso de um choque entre conceitos religiosos e preferências sexuais, estas últimas têm todas as regalias e todas as primazias, sem levar em conta o desejo da maioria, a opinião de cidadãos responsáveis, as tradições, a história, a cultura e sequer a ciência. É um mundo estranho". Eguinaldo Hélio de Souza [Trecho extraído de um status cristão em uma  rede social.].
O grande problema das religiões é que estas... Nunca tem a humildade de dizerem que estão erradas. Estranho é saber que elas sempre estão certas a respeito de tudo. Houve um tempo em que casamento inter-racial era crime e apoiado pela religião... Houve um tempo em que os negros eram amarrados a ferros e apoiado pela religião. Houve um tempo em que a loucura de um homem contaminou uma nação inteira e vivemos o holocausto judeu que era  apoiada pela religião. Houve um tempo em que as mulheres viviam caladas diante da indiferença e dos maus tratos de seus maridos e era apoiada pela religião. É MUITO ESTRANHO ISSO. Poderia enumerar uma grande serie de outras esquisitices das religiões, mas perderia muito tempo.
Encontro certo dissenso entre aqueles que falam que Jesus Cristo não é sinônimo de religião, mas quando esta está com os seus fundamentos “em perigo”, começam a atirar para todas as direções e para todos os públicos, como se estes fossem os grandes responsáveis pelo seu eminente fracasso, sinceramente me recuso a compactuar com esta estratégia.
Um mal necessário? Definitivamente não sei até que ponto as religiões possuem em si, algum significado.  “Acredita-se que um deus reclama as vitimas [sacrifícios de  animais e humanos]: em principio, somente ele se deleita com a fumaça dos holocaustos, vem dele a exigência da carne amontoada sobre os altares. É para apaziguar sua cólera que os sacrifícios são multiplicados. [...]  Um grande esforço é dispêndido para organizar uma instituição real em torno de uma divindade puramente ilusória; assim, não é surpreendente  que a ilusão acabe por sobrepujá-la, destruindo pouco a pouco seus aspectos mais concretos.”  (Girard, 1990 p.20). 
Indubitavelmente  há um dissenso entre as “religiões ” e o “mundo” multifacetado e não nuclear.  Por vários séculos aquela permeou o imaginário do homem e ainda vem, privando-o de prazeres “pecami-usados” pela fé institucional. Sacrifícios e rituais foram erguidos, com o único objetivo, arredá-lo em um “curral” de ignorância e intolerância, ao invés de refletir  a serenidade de seu deus.
Inquestionavelmente todas as religiões chamam para si, à insondável e intangível responsabilidade de serem detentoras exclusivas da verdade absoluta, portadoras das chaves dos “céus” e dos portões do “inferno”. O que de fato, EU, particularmente acho estranho, é que estas em geral são lembradas não por aquilo que elas adoram e ou anunciam, mais sim por aquilo que elas lutam contra ou que contraria os fundamentos de seu dogma. NÃO É MUITO ESTRANHO ISSO!!!!
Finalizo essa “epopéia” com um pequeno mais muito significativo pensamento: a religião não foi feita para conquistar o mundo, apesar de que alguns acreditam que sim, mas na verdade  para amar  e uni as pessoas, pois sem estas não existiria divindade alguma.
Paz e Vida!!!

Fernando Saraiva

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