25 junho, 2016

Folhas Secas

Os últimos românticos ainda existem, apesar do mundo andar meio "desromantizado".

Por vezes o amor bate a porta e o negamos, não damos a oportunidade dele florescer e se tornar a mais bela flor de nosso jardim. Por vezes, mais frequente do que pensamos, transformamos o nosso coração em um jardim mal cuidado, com flores secas, árvores murchas, que nem mesmo as mariposas querem fazer abrigo...Imagina as borboletas?

O romantismo bobo, alegre, gostoso faz com que as nossas almas se tornem uma, nossos corpos se tornem um, e mesmo quando eles já mortificados pelo tempo não sejam tão atraentes assim, ainda assim, aquele mesmo desejo de serem um, ainda prevalecerá.

Os últimos românticos ainda vivem, pois seu romantismo não está pautado na estética, no efêmero, mas, em tudo aquilo que o alvo de seu amor representa.

Ninguém vive somente dias solares, festivos e férteis, o verdadeiro amor, supera os dias frios, as noites cálidas do destempero da TPM, da chegada da menopausa, da transformação do corpo, do enfraquecimento do vigor.

Eu particularmente me recuso a aceitar, que a última geração de românticos morrera igualmente como a última geração de crianças que brincaram nas ruas, bebiam água da torneira, que machucavam o joelho e usavam o temido Merthiolate para sarar.

Apesar de vivermos em um mundo "desromantizado" , cujo os valores são outros, os últimos românticos ainda estão por aí... E que bom que estão, pois a primavera ainda existe e as flores no jardim ainda florescem, deixemos de ser então folhas secas sem vida.

Pedaços de graça,

Fernando Saraiva 

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